Ceará tem a sexta gasolina mais cara do Brasil | Araripe News

Ceará tem a sexta gasolina mais cara do Brasil

Nos últimos seis meses, o preço médio da gasolina subiu 19,5% nos postos de combustível do País, chegando a R$ 4,194 na semana de 14 a 20 de janeiro. Sem descontar a inflação, este é o maior já registrado na série histórica da Agência Nacional do Petróleo (ANP), que começou em 2001. Em alguns postos, o combustível já ultrapassou a marca dos R$ 5, como no Acre (R$ 5,150), Rio de Janeiro (R$ 5,099) e Pará (5,40).

Quanto ao valor médio nos Estados, considerando os estabelecimentos pesquisados semanalmente pela ANP, os maiores também foram encontrados no Acre (R$ 4,736), Rio de Janeiro (R$ 4,646) e Minas Gerais (R$ 4,412). Nesta comparação, o Ceará apresentou o sexto maior preço médio do litro(R$ 4,372).

Já entre os maiores preços cobrados nos 5.747 estabelecimentos pesquisados pela a Agência, o 13º colocado é do Ceará, no Crato, onde o litro era vendido por R$ 4,599.

Ceará

No Estado, o maior preço médio da gasolina foi registrada em Limoeiro do Norte (R$ 4,587), seguido por Juazeiro do Norte (4,559), Crato (R$ 4,533), Itapipoca (R$ 4,363) e Fortaleza (R$ 4,362), que ficou na quinta posição. E o menor preço médio, entre os 13 municípios pesquisados pela ANP no Estado, foi observado em Iguatu (4,263). Os menores valores registrados entre os estabelecimentos foi de R$ 4,190, em Iguatu e Caucaia.

Na comparação entre as duas últimas semanas, o preço médio no Estado apresentou alta de 0,69% enquanto em Fortaleza houve queda de 0,29%.

Na Capital, os valores variaram de R$ 4,199 a R$ 4,399 na semana passada, considerando apenas a pesquisa da Agência. A escalada do preço está relacionada à nova política de ajustes da Petrobras, em vigor desde julho de 2017, quando a estatal anunciou que as variações ocorreriam com mais frequência. Nesse período, os preços foram reajustados 133 vezes. A mudança foi feita para dar agilidade aos reajustes e acompanhar a volatilidade da taxa de câmbio e da cotação de petróleo. O barril ficou 28% mais caro nesse período.

Estados Unidos

Quando se compara o preço da gasolina no País com o do mercado norte-americano - onde não há qualquer tipo de política de preços - percebe-se um ritmo diferente. Nos EUA, o combustível ficou cerca de 7,6% mais caro quando o preço é convertido a reais. Uma das explicações pode estar na sazonalidade.

O período comparado começa no verão - quando os combustíveis ficam mais caros nos EUA - e termina em pleno inverno - quando os preços historicamente são mais baixos. Lá, a gasolina custa, em média, US$ 2,639 o galão ou R$ 2,2576 por litro.

Para não colocar em cima do consumidor todo o peso da volatilidade internacional do petróleo, especialistas sugerem um "amortecedor de preços".

Um dos mecanismos mais citados seria usar a atual Cide (o tributo federal que incide sobre os combustíveis) como um "colchão" para suportar a variação internacional, sem causar instabilidade no preço praticado no Brasil. O tributo seria variável: quanto maior o valor do litro, menor o porcentual da alíquota. E vice-versa.

"No Reino Unido, por exemplo, há certa estabilidade no valor cobrado, pois a volatilidade é amortecida pelo tributo variável. Isso dá mais estabilidade para o consumidor. A maior parte da Europa faz isso, e o Japão também", defende o presidente da consultoria agrícola Datagro, Plínio Nastari.

Política de preços

O diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires, elogia a atual política de preços da Petrobras por acabar com a "ficção econômica" praticada nos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff - que represaram os preços para conter a inflação.

Pires defende, no entanto, o aprimoramento do sistema com a adoção da Cide como imposto ambiental - que oneraria a gasolina em favor de combustíveis mais limpos, como etanol - e também para corrigir externalidades - como a variação do preço internacional dos combustíveis.

Tributos

"A próxima etapa é rever a questão tributária. É preciso avançar na questão ambiental e na volatilidade de preços". A disparada da cotação do petróleo é resultado da maior demanda e consequente diminuição dos estoques, segundo o a Opep.

Fonte: Diário do Nordeste

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