Após seis anos, a empresária Andressa Ramos de Araújo vai a júri em São Paulo, nesta terça-feira (6), acusada de matar o marido, o representante comercial Sérgio Fernandes, com um tiro na nuca enquanto ele dormia.
O julgamento do caso começou por volta das 14h30 no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital.
O crime foi cometido na residência onde eles moravam, em 24 de janeiro de 2013, na Zona Leste da capital. Segundo a acusação feita pelo Ministério Público (MP), ela queria ficar com os bens adquiridos pelo casal. A viúva responde ao crime em liberdade.
O filho do casal, que estava no imóvel, foi ouvido antes como testemunha pela Justiça. Ele, que tem atualmente 10 anos de idade, disse que não e nem ouviu nada no dia. Ainda teria dito que o pai costumava agredir a mãe.
Andressa nega a acusação do MP e alega que agiu em legítima defesa após ter sido traída, xingada de "gorda" e apanhado de Sérgio. Segundo a mulher, o disparo foi acidental.
“Acredito na absolvição da minha cliente”, disse o advogado de Andressa, Davi Gebara.
Para o Ministério Público, no entanto, Andressa tem de ser condenada porque premeditou o assassinato do marido, com quem estava casada havia 12 anos e tem um filho.
Além disso, ela teria modificado a cena do crime, carregando o corpo enrolado numa coberta até a garagem. Em seguida se desfez da arma.
A mulher estava com 28 anos à época. A vítima tinha 33, e a criança, 4. O garoto também dormia no imóvel quando o pai foi morto.
Acusação
Andressa é acusada de homicídio doloso (com intenção) qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, além de fraude processual. A Justiça negou o pedido do MP para que ela ficasse presa preventivamente até ser julgada.
“A tese acusatória é de que houve premeditação. Havia um interesse patrimonial na morte do marido”, chegou a dizer o promotor Leonardo Sombreira Spina, antes dos dois adiamentos.
Ele disse basear sua acusação em provas periciais e laudos técnicos.
"A versão dela de legítima defesa é incompatível. Ela matou a vítima enquanto dormia, e com um tiro na nuca", disse o promotor Leonardo Sombreira Spina.
Testemunhas da acusação que serão ouvidas contarão, por exemplo, que Francisco deu antes do crime um carro Space Fox a Andressa.
O representante comercial ainda era dono de outros dois veículos: um BMW e uma picape Ranger. Segundo a investigação, a empresária ganhou também do marido um salão de cabelereiro para ser dona e administrar.
Defesa
Mesmo em liberdade, Andressa irá comparecer ao seu julgamento, de acordo com seu advogado. “Foi legítima defesa”, afirmou Gebara, que alega ter diversos boletins de ocorrência que comprovam que a ré sofria violência doméstica.
“Ela vinha sofrendo histórico grande de violência moral e física”, disse o seu defensor.
A reportagem não localizou Andressa para comentar o assunto. Em 2013, ela falou ao G1 que não teve intenção de matar o marido, mas de se proteger dele.
“Ele chegou embriagado, gritando: ‘Hoje eu é que vou dormir na cama. Sai daí’. Depois vi os ‘torpedos’ [mensagens de outras mulheres no celular]. Em seguida, gritou para eu parar de mexer nas coisas dele. Então eu perguntei se era isso o que ele fazia enquanto eu trabalhava e cuidava do nosso filho e de nossa casa”, disse Andressa naquela ocasião.
“Ele falou que eu não sabia me cuidar. Me chamou de ´gorda´ e por isso buscava outras mulheres na rua”, disse Andressa.
A empresária contou ainda ter encontrado a arma, que, segundo ela, era do marido, numa gaveta, junto com o telefone.
Ele me viu e falou que iria me matar. Depois escutei um disparo e me escondi. Não tive intenção de matá-lo. Foi uma tragédia
— disse Andressa Ramos de Araújo ao G1 em 2013 sobre o tiro
Justiça
Essa é a quarta tentativa da Justiça realizar o julgamento, que já foi adiado anteriormente em outras três oportunidades: nos dias 13 de agosto e 12 de setembro de 2018; e mais recentemente em 11 de março de 2019 porque faltou um documento para o processo.
O júri popular será conduzido pela juíza Ana Helena Rodrigues Mellim. Ela dará a sentença, condenatória ou absolvitória, dependendo da votação da maioria dos jurados. No caso de condenação, a magistrada arbitrará a pena. Outra possibilidade é a absolvição da ré.
G1
O julgamento do caso começou por volta das 14h30 no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste da capital.
O crime foi cometido na residência onde eles moravam, em 24 de janeiro de 2013, na Zona Leste da capital. Segundo a acusação feita pelo Ministério Público (MP), ela queria ficar com os bens adquiridos pelo casal. A viúva responde ao crime em liberdade.
O filho do casal, que estava no imóvel, foi ouvido antes como testemunha pela Justiça. Ele, que tem atualmente 10 anos de idade, disse que não e nem ouviu nada no dia. Ainda teria dito que o pai costumava agredir a mãe.
Andressa nega a acusação do MP e alega que agiu em legítima defesa após ter sido traída, xingada de "gorda" e apanhado de Sérgio. Segundo a mulher, o disparo foi acidental.
“Acredito na absolvição da minha cliente”, disse o advogado de Andressa, Davi Gebara.
Para o Ministério Público, no entanto, Andressa tem de ser condenada porque premeditou o assassinato do marido, com quem estava casada havia 12 anos e tem um filho.
Além disso, ela teria modificado a cena do crime, carregando o corpo enrolado numa coberta até a garagem. Em seguida se desfez da arma.
A mulher estava com 28 anos à época. A vítima tinha 33, e a criança, 4. O garoto também dormia no imóvel quando o pai foi morto.
Acusação
Andressa é acusada de homicídio doloso (com intenção) qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, além de fraude processual. A Justiça negou o pedido do MP para que ela ficasse presa preventivamente até ser julgada.
“A tese acusatória é de que houve premeditação. Havia um interesse patrimonial na morte do marido”, chegou a dizer o promotor Leonardo Sombreira Spina, antes dos dois adiamentos.
Ele disse basear sua acusação em provas periciais e laudos técnicos.
"A versão dela de legítima defesa é incompatível. Ela matou a vítima enquanto dormia, e com um tiro na nuca", disse o promotor Leonardo Sombreira Spina.
Testemunhas da acusação que serão ouvidas contarão, por exemplo, que Francisco deu antes do crime um carro Space Fox a Andressa.
O representante comercial ainda era dono de outros dois veículos: um BMW e uma picape Ranger. Segundo a investigação, a empresária ganhou também do marido um salão de cabelereiro para ser dona e administrar.
Defesa
Mesmo em liberdade, Andressa irá comparecer ao seu julgamento, de acordo com seu advogado. “Foi legítima defesa”, afirmou Gebara, que alega ter diversos boletins de ocorrência que comprovam que a ré sofria violência doméstica.
“Ela vinha sofrendo histórico grande de violência moral e física”, disse o seu defensor.
A reportagem não localizou Andressa para comentar o assunto. Em 2013, ela falou ao G1 que não teve intenção de matar o marido, mas de se proteger dele.
“Ele chegou embriagado, gritando: ‘Hoje eu é que vou dormir na cama. Sai daí’. Depois vi os ‘torpedos’ [mensagens de outras mulheres no celular]. Em seguida, gritou para eu parar de mexer nas coisas dele. Então eu perguntei se era isso o que ele fazia enquanto eu trabalhava e cuidava do nosso filho e de nossa casa”, disse Andressa naquela ocasião.
“Ele falou que eu não sabia me cuidar. Me chamou de ´gorda´ e por isso buscava outras mulheres na rua”, disse Andressa.
A empresária contou ainda ter encontrado a arma, que, segundo ela, era do marido, numa gaveta, junto com o telefone.
Ele me viu e falou que iria me matar. Depois escutei um disparo e me escondi. Não tive intenção de matá-lo. Foi uma tragédia
— disse Andressa Ramos de Araújo ao G1 em 2013 sobre o tiro
Justiça
Essa é a quarta tentativa da Justiça realizar o julgamento, que já foi adiado anteriormente em outras três oportunidades: nos dias 13 de agosto e 12 de setembro de 2018; e mais recentemente em 11 de março de 2019 porque faltou um documento para o processo.
O júri popular será conduzido pela juíza Ana Helena Rodrigues Mellim. Ela dará a sentença, condenatória ou absolvitória, dependendo da votação da maioria dos jurados. No caso de condenação, a magistrada arbitrará a pena. Outra possibilidade é a absolvição da ré.
G1
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