Leucemia: Oncologista alerta para a importância do diagnóstico precoce em crianças | Araripe News

Leucemia: Oncologista alerta para a importância do diagnóstico precoce em crianças

 


Foto: Agência Brasil

Para cada ano do triênio 2020/2022, estima-se que sejam diagnosticados no Brasil 8.460 novos casos de câncer infanto-juvenis, sendo 4.310 em homens e 4.150 em mulheres. Os dados são do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Em 2020, o Ceará registrou uma taxa estimada de 5,94 casos de leucemia para cada 100 mil homens e 4,29 casos para cada 100 mil mulheres.

De acordo com o INCA, a leucemia do tipo linfoide aguda, que afeta células linfoides e agrava-se de maneira rápida, é o tipo mais comum em crianças pequenas, mas também pode ocorrer em adultos, assim como a leucemia mieloide aguda, que afeta as células mieloides e avança rapidamente.

A reportagem do Site Miséria entrevistou o oncologista pediátrico Vagner Martins, da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Santo Antônio, para entender o desenvolvimento da leucemia, sintomas e tratamentos. De acordo com o médico, a leucemia ocorre com a proliferação de células abastlo, que se espalham na região da medula óssea, se multiplicam e passa a ocupar o lugar das células boas, como hemácias, plaquetas dos leucócitos e neutrófilos.

Segundo Vagner Martins, os principais sinais de alerta que devem ser notados são palidez cutânea mucosa, quando a criança está abatida, apresenta falta de apetite, e apresenta comportamentos de reclusão, além desses sintomas, podem ser visualizadas manchas arroxeadas e avermelhadas pelo corpo, dor óssea, que tende a piorar no período noturno e aumento do fígado ou baço.

O diagnóstico é feito através de exames laboratoriais, mas o exame específico para detecção de câncer, é o mielograma, que, de acordo com o Instituto do Câncer Brasil, analisa a morfologia e produção de células sanguíneas pela medula óssea.

De acordo com o oncologista, o tratamento disponível é realizado através de quimioterápicos, sendo utilizados protocolos institucionais em etapas sendo a indução, consolidação, intensificação e manutenção.

“A indução é o primeiro momento para destruir a maior parte das células ruins, que corresponde ao primeiro mês de tratamento, em seguida, a gente tem duas novas etapas, que é quando a gente vai destruir aquelas células mais potentes, que são resistentes ao tratamento inicial e por fim quando passar esse período o paciente vai pra manutenção, a gente vai manter esse paciente sem doença oncológica, por um bom tempo”, afirma Vagner Martins.

DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA

De acordo com o INCA, a indicação de transplante de medula óssea depende do tipo de leucemia do paciente e da resposta inicial ao tratamento com quimioterapia e, em muitas situações, a doença pode ser curada, apenas, com tratamento convencional com quimioterapia e/ou radioterapia.

Para se tornar um doador de medula óssea é necessário:

Ter entre 18 e 35 anos de idade
Estar em bom estado de saúde
Não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue (como infecção pelo HIV ou hepatite)
Não apresentar história de doença neoplásica (câncer), hematológica ou autoimune (como
lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide).

FEVEREIRO LARANJA

A campanha Fevereiro Laranja tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre a leucemia e a importância da doação de medula óssea. O oncologista pediátrico Vagner Martins, afirma que o mês de conscientização é importante no combate à leucemia, "infelizmente há alguns casos de pacientes que já chegam no Centro de Referência em um estágio avançado, [...] às vezes as crianças nem tem possibilidade de cura”, relata.

 

 

Por Yanne Vieira
Miséria.com.br

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