Ex-presidente do Instituto Lula diz que foi a festas no sítio de Atibaia a convite de Marisa | Araripe News

Ex-presidente do Instituto Lula diz que foi a festas no sítio de Atibaia a convite de Marisa


Ex-presidente do Instituto Lula diz que foi a festas no sítio de Atibaia a convite de Marisa (Foto: Nelson Almeida/AFP e Reprodução/TV Globo)


O ex-presidente do Instituto Lula, Paulo Tarciso Okamotto, e outras quatro pessoas foram ouvidas como testemunhas no processo sobre o sítio de Atibaia, atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na manhã desta segunda-feira (7). Nessa ação penal, Lula é réu.

O ex-presidente é acusado de receber propina da Odebrecht e da OAS por meio da aquisição e de reformas no Sítio Santa Bárbara. A propriedade está no nome de Fernando Bittar, sócio de um dos filhos de Lula. Entretando, a força-tarefa da Lava Jato afirma que Lula é o real dono do imóvel. O ex-presidente nega.

Para o juiz federal Sérgio Moro, Okamoto disse ter frequentado festas no sítio a convite do empresário Fernando Bittar e também de dona Marisa.

"Também fui a várias festas, convidado por ele [Bittar], convidado por dona Marisa, festa junina. Também fui outras vezes quando o presidente Lula estava chegando, eu precisava falar com o presidente, ele estava dizendo que estava indo pro sítio, eu acabava me encontrando lá", lembra.

Okamotto disse que também tem um sítio na região e que, quando Bittar comprou o sítio, ele queria mostrá-lo para Okamotto e saber onde comprava mudas, adubo. Segundo Okamotto, Bittar pediu uma assessoria e queria mostrar a casa e os lagos do sitío para ele.

Ainda durante o depoimento, Okamotto disse que houve um almoço em 2015 no Instituto Lula no qual foi discutida a possibilidade do ex-presidente Lula comprar o sítio de Atibaia.

“O presidente Lula, já há algum tempo, achava que precisava comprar o sítio como presente para dona Marisa. Ele tinha um pouco de dúvida, mas ele tinha essa intenção”. Segundo Okamotto, ele não participou do almoço.

A ex-primeira-dama morreu no dia 3 de fevereiro de 2017.

Lula responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele foi denunciado em maio de 2017 e se tornou réu em agosto no mesmo ano. Conforme denúncia do Ministério Público Federal (MPF), as melhorias no imóvel totalizaram R$ 1,02 milhão.

Ele nega as acusações e diz não ser o dono do imóvel, que está no nome de sócios de um dos filhos dele. O ex-presidente afirma que todos os bens que pertencem a ele estão declarados à Receita Federal.

Depoimento de Paulo Fernandes

Paulo Fernandes, que é amigo pessoal de Bittar e de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, também foi ouvido nesta manhã. Ele disse que foi mais de duas dezenas de vezes ao sítio e que Lula sempre esteve lá.

Ele não soube dizer qual era a relação de Lula com o sítio. Disse, em outro momento, que se dizia que o sítio era de Fernando Bittar. Afirmou, também, que Bittar começou a ir menos ao sítio porque o filho ficou adolescente e não gostava de ir.

Veja abaixo o diálogo dele com Moro:

Moro: E o senhor encontrou o ex-presidente Luiz Inácio em alguma dessas oportunidades?

Paulo Fernandes: Sim.

Moro: Sempre ele estava lá, ou o senhor encontrava ocasionalmente?

Paulo Fernandes: Não, sempre.

Moro: E o senhor sabe dizer qual era a relação dele com o sítio?

Paulo Fernandes: Não sei dizer.

De acordo com a Justiça, mais de 130 pessoas foram arroladas pelas defesas dos réus no processo. Entre elas estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) e a ex-presidente Dilma Rousseff que prestarão depoimentos como testemunhas de defesa de Lula.

FHC deve prestar depoimento no dia 28 de maio, por videoconferência de São Paulo, e Dilma Rousseff deve falar no dia 25 de junho, por videoconferência de Porto Alegre.

Depoimento de Jorge Samek

O engenheiro Jorge Samek, ex-diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, também prestou depoimento na condição de testemunha de defesa, nesta segunda-feira.

Ele afirmou que o sítio de Atibaia é de Fernando Bittar e que o ex-presidente e Marisa Letícia, ex-primeira-dama, iam frequentemente ao sítio como convidados. No local, gostavam de pescar, assistir a filmes e jogar baralho com o restante do grupo.

Samek disse não saber quem pagou a reforma do sítio.

Fonte: G1

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