Elogiado e precarizado: o paradoxo do professor brasileiro | Araripe News

Elogiado e precarizado: o paradoxo do professor brasileiro


Entre os desafios para a educação pública está o investimento em sistemas de ensino e infraestrutura escolar. (Foto:Reprodução/ Diário do Nordeste)


Comemorado nesta segunda-feira, 15 de outubro, o Dia do Professor tem origens no Brasil Imperial, quando Dom Pedro I baixou decreto instituindo o ensino das primeiras línguas e ditando as condições de trabalho dos professores em todas as vila, vilarejos e cidades do Império.

Apesar de não ter sido cumprido como se deveria, a data ficou marcada por seu intuito revolucionário, sendo lembrada em 1947 pelo professor Salomão Becker, que sugeriu o feriado. Em 1963, o então presidente João Goulart aceitou a sugestão, oficializando a homenagem.

O magistério brasileiro vive em paradoxo. Mesmo sendo bastante elogiada pela sociedade, sobrevive em condições precárias na maior parte do país em condição de trabalho e baixa remuneração salarial. 

O professor do ensino fundamental no Brasil encarra 42 semanas de período letivo e sua remuneração gira em torno de 4,8 salários mínimos, cerca de  1/3 do salário do mesmo professor nos EUA, que tem 36 semanas letivas.

A média anual de salário para o professor brasileiro fica abaixo dos US$ 14 mil  (em dólares), atrás de países como Espanha, Portugal, Chile e México, segundo relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O melhor salário está em Luxemburgo, com anual de US$ 70.192.

O docente melhor remunerado no país é o universitário, com média de US$ 75 mil. 


Professor brasileiro do Fundamental recebe, em média, 1/3 do salário de um docente nos EUA (Foto: Reprodução)


Entre os desafios para a educação pública está o investimento em sistemas de ensino, infraestrutura escolar, atualização de material didático e capacitação de profissionais, segundo relatório do Todos Pela Educação.

O Ceará, no entanto, se destaca no país na área da educação, segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2018. 

Aqui estão as 24 melhores escolas públicas do ensino fundamental, assim como 77 das 100 melhores escolas públicas do Brasil, resultado de pacto estadual com plano de ação, formações, metas, premiação e remuneração salarial entre as melhores do país.

Este modelo vem sendo exportado para outros estados, como Espírito Santo, Maranhão, Rio Grande do Norte e Amapá.




Por Alana Soares
Miséria.com.br

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